Das lembranças que mais me doem, os cheiros são os que mais detesto. Dos rostos que mais me ferem, são os soslaios chorosos ao espelho que mais protesto. Das pessoas que me apertam o coração, minha mente forma um mapa. Dos acontecimentos que me aprisionam a memória, minha alma forma uma vida que aos poucos me mata. Das horas infindáveis de pensamento, meu silêncio era a pior verdade. Dos desejos mais violentos, do meu centro gritava-se liberdade. Das mentiras que abriam portas, as vielas me deixavam desatento. Dos momentos muitos que tinha só, de sorriso vivia aos sussurros do vento. Das dores que plantei, grandes lições eu vivi. Dos planos que reguei, grandes ideias que eu colhi. Das vezes que colei o rosto ao chão para o fim logo vir, foi o zumbido do ridículo que me fez levantar. Dos amigos e amores que desde então descobri, foi a mim a quem mais aprendi a amar. De uma existência tão surrada, pedras aos pés são flores vermelhas; vaias e gritos soam como valsa, o que se assemelha com vingança, que de esperança tem só o final — não me leve a mal: para quem já viu de tudo, o nada nunca parece igual.19 setembro 2012
Do nascimento.
Das lembranças que mais me doem, os cheiros são os que mais detesto. Dos rostos que mais me ferem, são os soslaios chorosos ao espelho que mais protesto. Das pessoas que me apertam o coração, minha mente forma um mapa. Dos acontecimentos que me aprisionam a memória, minha alma forma uma vida que aos poucos me mata. Das horas infindáveis de pensamento, meu silêncio era a pior verdade. Dos desejos mais violentos, do meu centro gritava-se liberdade. Das mentiras que abriam portas, as vielas me deixavam desatento. Dos momentos muitos que tinha só, de sorriso vivia aos sussurros do vento. Das dores que plantei, grandes lições eu vivi. Dos planos que reguei, grandes ideias que eu colhi. Das vezes que colei o rosto ao chão para o fim logo vir, foi o zumbido do ridículo que me fez levantar. Dos amigos e amores que desde então descobri, foi a mim a quem mais aprendi a amar. De uma existência tão surrada, pedras aos pés são flores vermelhas; vaias e gritos soam como valsa, o que se assemelha com vingança, que de esperança tem só o final — não me leve a mal: para quem já viu de tudo, o nada nunca parece igual.
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