22 setembro 2012

Da falha.

As coisas às vezes simplesmente saem do seu controle. Não tenho explicação, peço desculpas. Elas descarrilam em alta velocidade, despejam-se por cima de você. É uma emboscada que não conseguimos ver através de nossos desejos, vontades e ambições — a não ser que elevemos nossos pés às pontas e consigamos ver por entre os ombros das nossas desgraças criadas. Lá no fundo, o problema. É a desonestidade da razão que vem em produto perfeito de graça, é a verdade feia que não se conta e se esconde na mentira bonita. É a praga que cresce e se reproduz parasitando sua felicidade. O trem na verdade pode ser muita coisa. Dependência é uma palavra que trota a língua, faz cuspir os lábios: é dura. É o lindo filhote que tornar-se-á a falha nos seus trilhos. A dependência é um mal que ronda aqueles de bom coração, a antítese da esperança, uma viela bloqueada. E antes mesmo que possamos perceber, estamos encarando o muro, enquanto atrás de nós vem um trem fora de controle. A dependência mata. Ela é a confiança que cresce e decepciona, é o sorriso grande que alarga-se demais. É o pior tipo de desgraça, que não se pode fazer mais nada para evitá-la porque ela é um processo: embora você consiga fazer com que o trem choque-se com o muro, o susto não te abandona. Longa dependência é sequela. Aprenda a se desvencilhar daquilo que te sustenta, seja base de si mesmo. Pule galhos porque embora cada vez mais encantadoras pareçam as árvores, elas nunca o sustentam até você decidir que não mais as quer. Elas têm o que você não possui: independência. Diga adeus. Nada dói mais no coração de um culpado do que o nascimento de consciência da própria culpa.



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